segunda-feira, 25 de agosto de 2008

CHIADO, 25 Agosto de 1988

[ 38º42'38''N, 9º8'32''W ]
Estas são as coordenadas geográficas do local onde há 20 anos se deu um dos maiores incêndios da cidade de lisboa.

A 25 de Agosto de 1988 deflagrou um desastroso incêndio numa loja da Rua do Carmo, que liga a Baixa ao Bairro Alto.
Os carros de bombeiros não conseguiram entrar na rua, reservada aos peões, e o fogo propagou-se para a Rua Garrett.
Além de lojas e escritórios foram destruídos muitos edifícios do século XVIII. Os piores estragos foram na Rua do Carmo.

20 anos depois respira-se alívio e contentamento ao contemplar uma das zonas mais carismáticas e de eleição da cidade, reerguida das cinzas...
O projecto de renovação agora completo, preservou muitas fachadas originais e foi dirigido pelo arquitecto português Siza Vieira.

Depois de ter vivido 7 anos da minha vida na capital portuguesa, esta é uma das minhas zonas preferidas... o simples deambular pela calçada renova o espirito e confere-me paz, serenidade e inspiração.

A minha altura preferida é o principio do outono, o friosinho que nos visita, as cores que ficam mais misteriosas, quase poéticas. O cheirinho a castanha assada pincela este cenário poético com toda a graciosidade.. delicio-me e deslumbro-me ali.... e perco-me como se da primeira vez se tratasse.


[curiosidade]

A palavra Chiado, usada desde 1567, tem vários significados associados. Refere-se ao chiar das rodas das carroças que subiam as suas íngremes vertentes, à alcunha ao poeta do século XVI, António Ribeiro, que ficou conhecido como o Chiado.
Os olisipógrafos*, como Norberto de Araújo, privilegiam, porém, a hipótese de o nome vir da alcunha de um Gaspar Dias, dito Chiado, taverneiro quinhentista, proprietário de estabelecimento situado defronte do Convento do Espírito Santo, depois Palácio Barcelinhos e hoje Armazéns do Chiado.




*Olisipografia é a designação dada ao estudo das diversas temáticas culturais, históricas, sociais e económicas quando versem especificamente a cidade de Lisboa.
Júlio de Castilho é largamente considerado o "pai" da Olisipografia. Apesar de ter havido muitos autores antes dele, a aproximação dos antigos não primava pelo rigor, mas sim pela fantasia, auto-glorificação gratuita e ausência de espírito crítico.



Foto: Mapa Digital
Fonte: wikipédia

1 comentário:

Untitled disse...

como meu te entendo andreia;)
sabes bem!