Não tenho palácio, não tenho cavalo,
porém, estou a voar no rumo certo.
Tenho as árvores verdes e o céu azul,
ora, isso pode ser um começo para ti.
- Grande começo é este. Sinto que acabei - exclamou a princesa, olhando para ele tristemente. - É dificil acreditar que haja algo a esperar.
- Oh, mas há princesa! - respondeu Doc. - Embora seja, sem dúvida, difícil para ti acreditar agora, tens muito a esperar... pois quanto maior a dor, maior a oportunidade.
- Oportunidade? Para quê?
- Neste caso, para uma maravilhosa vida nova. Hoje é o início da tua.
- Não parece nada - retorquiu a princesa. - Não quero fazer isto. Desejava tanto que não fosse preciso. Mas sei que tem de ser.
- A capacidade de fazer o que é melhor quando é diferente do que se quer é sinal de maturidade - disse Doc. descendo até ao chão. - Claro que isso não torna as coisas mais fáceis.
(...)
- Porque é que nunca o vi antes?
- Alguma vez tiveste, realmente, vontade de olhar?
- Não, acho que não tive - replicou, olhando o caminho. - Não consigo ver onde acaba.
- Não acaba.
- Não acaba? Mas como saberei que estou a ir na direcção certa se não csgo olhar para onde deve acabar?
- Há sinais. Infelizmente, as pessoas nem sempre os lêem. Por vezes são dificeis de ver. Procura cuidadosamente os sinais.
- Parece muito difícil - disse a princesa. - posso magoar-me. Ou perder-me. Ou as duas coisas.
- Já te aconteceram as duas coisas e sobreviveste. Também sobreviverás a isto.
- Penso não ser suficientemente forte para passar por tudo isso. Ficarei demasiado fraca para prosseguir - opôs ela, assustando-se cada vez mais à medida que o tempo passava.
- Pelo contrário - replicou Doc. - Quanto mais passares, mais oportunidades terás de ficar forte. Lembra-te do que te disse acerca da dor e da oportunidade. (...)
- Deves seguir o caminho aconteça o que acontecer e procurar a verdade (...) Encontrarás paz e serenidade e aprenderás o segredo do verdadeiro amor - do género com que sonhaste toda a tua vida. (...) Vai querida princesa, e lança as sementes da verdade de que crescerão a paz, o amor e a felicidade.
(...) "
... [continua]
In: "A Princesa que acreditava em contos de fadas"
Marcia Grad, Ed. Presença
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